segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sempre outono...

Sempre é outono quando acordo assustada, sentindo que algo perdeu-se. A primeira reação é de olhar no espelho e contar os dentes.
Busco as unhas dos pés e conto, repetidamente, até ter a certeza ridícula que lá estão todas. Sabe aquele sentimento de ter acabado de levar um tiro de fuzil 762 no meio (certinho) do peito?

Acho que é o outono... os dentes estão aqui (ainda) mas as folhas caem. Eu escrevo para você que talvez nunca leia, ou se ler, talvez nunca comente.

Lembra aquela noite no café, quando a gente sorria e sentia que logo seria verão? Eu já tive cabelos longos.

Ali mais um telejornal cheio de bláblábláblá... desculpa, mas não tenho tempo nem "saco" para ser uma pessoa politizada. A alienação combina mais comigo. Sou das rendas e pequenos botões de pérola.

Claro que clareou um pouco. Já tem quase 6 meses que não tinjo. Há dias que acho que a cor natural seria bom... mas a ideia de louro me deixa em pânico, e então o preto azulado parece saboroso.

Você não sabe, mas certa vez tentei tingir os cabelos e toda a louça do banheiro ficou com bolinhas azuladas, de diversos tamanhos: uma pequena, uma grande, outra nem bolinha era.

Agora acho que já consigo dormir. Tenho um nó na garganta, uma vontade enorme de gritar, mas a vontade de dormir dias sem fim é maior.

Já viu como a gente nem dá a mínima para a língua até mordê-la... pqp, e como dói. Isso que dá falar muito...e logo eu, que sempre falo em silêncio ...

Ah, vou dormir... se eu não acordar na hora, você avisa que to com dor de barriga e por isso não vou?

Depois escrevo mais pra ti. Nem sinta-se culpado, sei que não tem muito tempo de ler, quem dirá responder. Minha lógica me trai e minha cama de chama...

...até mais!