Não sei vocês, mas eu carreguei comigo, até o presente momento, a tola certeza que teria amanhã, sempre tomando como base o sol que nasce todos os dias. Lembro das aulas de filosofia, que assistia cheia de encanto, na faculdade: "se uma árvore cai, no meio da floresta e não há ninguém para ver, a árvore realmente cai?" ...ou algo assim... Lembro das discussões acaloradas em botecos e percebo como o tempo foi e é cruel, assim como as pessoas. O lobo que caminha sozinho na estepe devora seus pedaços, pois só sua própria carne pode alimentá-lo. Cortei os cabelos e as unhas, mas ainda tem algo em mim que deve ser cortado. Cordão umbilical? Não creio... Crença...crer em quê?
A esperança é como a fumaça desse cigarro. Engana, disfarça, mas se desfaz no ar. A música é essa alma dançando, que no silêncio da noite não sabe o que fazer. Os dedos traem os pensamentos, pois não conseguem acompanhá-lo e registrar o que se passa. Queria de fato saber quais as perguntas certas a serem feitas, pois só assim teria a possibilidade de respostas. Mas a voz não sai e se saísse não ecoaria no vazio. Minha bússola quebrou, e os cacos prenderam-se ao chão. Quão longo um dia pode ser?