Penso que estou fora do meu tempo. Fora do tempo.
Tenho em mim uma urgência de ontem, urgência dos que têm fome.
Tenho gritado por trânsito livre, comidas expressas, poemas estilo haikai, refrigerantes em latas pequenas, mini chiclete, cigarros em rápidas baforadas, internet rápida e respostas precisas.
Penso que hoje minha urgência é de ontem. Amores perdidos, dias pesados, livros guardados.
Penso que estou fora do meu tempo. Fora do tempo.
São dias de noites curtas, poucos sonhos e uma saudade abismal.
Olho para esse céu azul e lembro de algo que li e também ficou perdido, juntamente com minha bagagem. Esse céu azul deve ser o mar, numa imensidão que devora todos. Hipnotiza e nos deixa órfãos.
Penso que estou fora do meu tempo. Fora do tempo. E quando o encontrar não mais terei a urgência dos que têm fome, terei a paz dos que andam descalços nas gramas.
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