terça-feira, 3 de setembro de 2024

Pezinho de manjericãO

 

Propagam que os grandes escritores, grandes poetas

São assim reconhecidos por falarem de coisas simples.

E eu, que sempre fui encantada com as letras e livros,

Me vejo estrangeira nessa categoria.

Como entender como simples o caminhar numa calçada no domingo,

O silêncio não constrangedor ou o calor das peles que se encontram,

A chuva batendo na janela ou uma árvore do meio da estrada.

Nada disso é simples... pelo contrário: é o tudo,

O universo.... caos e o farol ao mesmo tempo.

E olhar para esse tudo que nos rodeia, gesta um sentimento de

Transparência, imensidão e plenitude,

Faz querer que se escreva uma epopeia sobre

O pezinho de manjericão na janela da cozinha,

Sobre o olhar de prazer da pessoa desejada,

O sorriso da criança amada.

Penso que o vulto desses escritores, desses poetas,

Esteja em traduzir todos esses sentimentos em letras que

Todo e qualquer mortal consiga armazenar pelo corpo,

Entendendo que nossa finitude não carrega o completo fim,

E sim semente, letras e memória.




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