... desde ontem essa mulher invade meus pensamentos. Com sua delicadeza e simplicidade de escrever exatamento o que estou sentindo. Quando será que foi isso?
Dormir.
Descansar horas a fio.
Muito mais que raízes.
O vento que entra pela janela é quente. E não consigo dominar o desejo de ficar aqui até quando o sol morno entrar pelo quarto e ainda continuar, e continuar... somente com o leve trabalho de rolar na cama, ou nem isso. Ficar com meu livro estilo "seção da tarde" .
"Eu quero uma licença de dormir,
perdão para descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes." *
E por mais contraditório, ficar assim me deixa leve, num estado de livre e feliz, contudo os pensamentos continuam efémeros ... e todo o ninho de frases de ontem hoje são farelos no chão. E nada mais está em minhas lembranças senão as frases dessa mulher... sua imagem com cabelos cor de prata, um sorriso tímido... e continuo completamento absurda.
(*) Adélia Prado - Bagagem
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