O cotidiano é confortável... era pelo menos. Todos os dias eu via as fumacinhas pela pequena janela. Sabia que ela estaria lá. Ok, talvez nem todos os dias... mas no horário do almoço era visível... esperando perto da escadaria, com os cabelos sempre desarrumados, tênis, e uma expressão de "tanto faz como tanto fez". Adoro.
Então veio esse feriado prolongado. Nada... de minha janela só vejo gotas e mais gotas de chuva. Nenhum fumaça (nunca era fogo mesmo). Imagino que em qualquer outro lugar da cidade - ela não é do tipo que enfrentaria música ruim, pessoas estranhas, e horas de estrada - lá estará. Talvez com os cabelos presos, evitando o shampoo... talvez não. E eu fiquei aqui a imaginando voando pelas janelas... enfumaçadamente. Creio que durante todos esses longos dias ela esteve com um livro debaixo dos braços, lendo entre lençóis e cafés, ouvindo música e deixando-se ficar . Tanto faz como tanto fez. E eu comi esperança do almoço, todos os dias.
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